A concepção deste projeto está em sua própria volumetria, entre duas ruas, Nascimento Silva e Redentor. Na dualidade inerente representada pelas duas fachadas opostas enxergamos dois diferentes instantes de edifício, como um passar do tempo em forma de arquitetura. A partir disso, escolhemos o cobre, material maleável, rígido e mutável, através das intempéries da natureza, como a representação física dessa ideia de transformação. Afinal, o tempo dos materiais simboliza os dois momentos de um mesmo corpo, a mesma beleza em duas faces.

Assim, uma fachada torna-se o cobre original, e a outra esverdeia-se como o cobre azinhavrado sob sol, chuva e vento. Através dos embasamentos, interligamos um momento ao outro, atravessando o interior do edifício como um processo de transformação, simbolizado pela presença surpreendente da água, agente transformador, através do grande espelho d’água no prisma central. Em termos de forma, buscamos um edifício-escultura, revelando a manipulação do material pela arte e técnica. Através de angulações, dobras e detalhes, recebemos a quem chega ao projeto e resguardamos as generosas varandas dos apartamentos, dois por andar. 

Com um projeto pensado desde sua concepção arquitetônica aos interiores, ambos os apartamentos tipo e coberturas possuem ventilação cruzada e ambientes generosos com a máxima entrada de luz natural. No térreo, o cruzamento entre as duas ruas atravessa os diversos usos e momentos do espaço comum do edifício, representados através da mudança dos tons do material. Usando da delicadeza da forma e um olhar minucioso, o projeto torna-se um todo, da rua à casa, em todas as suas faces.