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Bienal de Veneza

Bienal de Veneza (capa)

Pessoas: na equação que constrói um projeto, este é o principal fator. Um projeto nada mais é do que a decodificação em matéria e espaços dos hábitos, cultura e experiências que vamos adquirindo durante os nossos processos de vida. Não podemos jamais esquecer que pessoas são singulares, cada uma possui um pulso, um ritmo, uma frequência. Deste modo, são estes fatores que são usados pela Cité para a conexão de pessoas para pessoas. Projetos que, em seu gênesis, carregam o fundamental de cada parte. Projetos com múltiplas camadas, traduzidas em um objeto carregado de significados.

Lugar: tal como as pessoas, são singulares. Os aspectos físicos do lugar se misturam aos significados extraídos dos que fazem parte do processo, gerando uma cuidadosa curadoria de materiais que o compõem. Um respeito a identidade regional. Aos povos. Um respeito a memoria de todos aqueles que também já interviram e aos que futuramente intervirão em um mesmo espaço. Um processo continuo de Interpretar, Transformar e Devolver.

Interpretar: é a leitura que se faz da cidade e do lugar específico de intervenção, buscando extrair todas as possíveis sensações e sugestões que o espaço tem a oferecer.

Transformar: os espaços são concretizados em arquiteturas que vão transformar a cidade e integrar a nova paisagem que se forma, para, então, serem interpretadas novamente mais tarde – fechando o ciclo.

Devolver: a partir da internalização das ideias, elas são processadas e traduzidas em espacialidade.

São essas reflexões que gostaríamos de levantar sobre Time, Space, Existence. Este espaço produzido para a Bienal de Veneza simboliza o nosso processo criativo, que se descortina nesta materialização. O uso dos quartzitos brasileiros, peças singulares uma a uma, formam um conjunto rico em multiplicidade de cores e formas. O linho e os tecidos ecológicos traduzem esta brasilidade transformadora, que reflete a natureza em arte. A manufatura do bordado, que simboliza os potenciais transformadores sociais, a capacitação do nosso povo que lida todos os dias com dificuldades e superações. O espelho, aqueles que observam e se observam parte da obra e podem traduzir sua totalidade. Somar todos seus fragmentos. E finalmente, ao centro, o coração. Ali estão pessoas representadas através da sua paixão esculpida em rocha.

Local Veneza, Itália

Ano 2023

Status Concluído

Projeto de arquitetura Celso Rayol e Fernando Costa

Fotos Celso Rayol e Federico Vespignani