Payssandu 168
A perfeita união entre passado e presente
O residencial Payssandu 168 emerge da aproximação entre tempos distintos, característica marcante do bairro do Flamengo e especialmente da Rua Paissandu, que já foi caminho entre o Palácio Guanabara, residência da Princesa Isabel e hoje sede do governo do Rio, e a Praia do Flamengo. A denominação Payssandu surge da mescla entre a alcunha atual da rua em que o edifício está localizado e seu nome, de origem tupi: Paysandú, na grafia arcaica. Nas calçadas que ladeiam a via, palmeiras plantadas no período imperial seguem de pé e simbolizam esse potente encontro entre tempos.
Compreendendo que a resposta das cidades contemporâneas em relação ao adensamento dos centros urbanos tem sido percebida através da ressignificação, restauração e revitalização de antigas construções, tal tendência global foi absorvida no projeto tomando como princípio o próprio contexto do lugar. Em um lote com duas frentes e duas entradas, o encontro entre o preexistente e o novo foi inato, uma vez que o terreno era composto de um antigo casarão, com frente para a Rua Paissandu, e seu jardim, que fazia limite de fundos com a sem-saída Rua Martins Ribeiro.
A manutenção da casa existente, rebatizada de Solar Payssandu e tombada através dos esforços da Cité junto ao cliente, foi o ponto de partida para a arquitetura, que então propôs novos usos ao casario e sua integração à torre residencial contemporânea, construída atrás da antiga moradia e com abertura para a Rua Martins Ribeiro. Com duas fachadas frontais, o projeto, que conta com 70 unidades dentre tipologias de dois e três quartos, pretende costurar o passado e o futuro, construindo o presente por meio do ir e vir de seus moradores e visitantes.
O cuidado com a preservação da memória passou, então, a nortear as ações projetuais. Um exemplo disso é o desenho de uma Galeria do Tempo, um espaço expográfico permanente na circulação que liga os ambientes de uso comum do casarão à torre residencial, contando um pouco sobre a história desta localidade carioca. Indo da maior à menor escala, a releitura contemporânea de detalhes como o design dos gradis de ferro batido do casarão influenciou o projeto de interiores e a comunicação visual, tornando o todo arquitetônico coeso.
uso Residencial
área 12.558,13 m²
local Flamengo, Rio de Janeiro - RJ
ano 2017
cliente Piimo
status Concluído
projeto de arquitetura, interiores e comunicação visual Celso Rayol e Fernando Costa
coordenadores de projeto André Caterina, Daniel Osório, Lúcia Andrezo, Thiago Godoy e Vanessa Moreira
equipe Leonardo Leal e Pedro Brito
fotos Pedro Vannucchi